Entrada principal do Hospital dos Servidores
No dia 27 de agosto último, um grupo de 60 seminaristas do JMC esteve no Hospital dos Servidores Públicos de SP para um dia de visitas e evangelismo. Esta instituição é uma das maiores na área de saúde da América Latina, chegando a atender até 3 milhões de pessoas/ano! Apesar do tamanho, a Associação de Capelania Evangélica Hospitalar (ACEH), coordenada pela Dna. Eleny Vassão, trabalha para atender os pacientes ali internados.
Os alunos foram divididos em grupos de 6 e visitamos 3 alas durante a tarde. A primeira delas foi a de geriatria. A princípio a experiência não foi muito boa. Muitos deles estavam dormindo ou sedados. Em virtude da senilidade, alguns estavam até mesmo delirando ou apáticos. Um deles nem mesmo quis conversar, quando eu lhe disse que estava ali para conversar a respeito da Palavra de Deus.
Depois de lá fomos para uma outra ala, muito mais difícil: a UTI Cardiológica. Digo difícil porque, como nos explicou a Dna Eleny, daqueles que entram lá, poucos saem vivos. Realmente não é fácil aconselhar pessoas que sabem que vão morrer. Contudo, é incrível ver como pode Deus suscitar vida num lugar de mortos. Naquela unidade eu conheci o Sr. Nelson, membro ativo de uma Igreja Presbiteriana Independente na Zona Norte. Apesar da quantidade de eletrodos afixados no peito e das sondas (uma delas estava ligada à jugular) o sr. Nelson transparecia vitalidade e ânimo. Cantamos um hino à sua escolha, lemos um salmo de consolo e oramos juntos. Eu que estava ali para confortá-lo saí de lá consolado.
Por fim, nos ajuntamos à outro grupo e fomos à outra das alas mais difíceis do Hospital: Psquiatria. A começar levamos um choque ao saber que os pacientes ficam trancados e com segurança 24 horas, pois ou eles podem tornar-se violentos ou podem tentar o suicídio. Ao entrar na ala o que mais chamou atenção foram os dois grupos: um de pessoas débeis mentais, fora da realidade e outro de pessoas comuns que estavam ali por problemas como depressão, bulimia, anorexia etc. Um rapaz que não deveria ter mais do que 30 anos estava sentado lendo um livro. A recomendação da própria Dna. Eleny é que não puxássemos assunto com eles, pois não teríamos tempo para conversar. Entregamos vários Novos Testamentos, cantamos dois cânticos e saímos com a sensação de extrema impotência.
Ao fim da tarde, demos testemunhos das visitas entre os alunos e voltamos pras nossas casas. Definitivamente é muito difícil lidar com situações dessas. Quando o homem se depara com a realidade da morte à sua porta, nada mais vale: dinheiro, prazer, poder ou fama. Muitos estão ressentidos e tudo o que querem é dar mais tempo aquilo que talvez ele nunca tenha priorizado. Outros contudo, como foi o caso do sr. Nelson, estão ali à espera daquela que apesar de não ter sido planejada para nós é inevitável nesta vida, aguardando aquele que pode nos dar nova vida.