sábado, 20 de novembro de 2010

"Quando a tolerância é intolerante..."


Texto escrito pelo rev. Ageu Magalhães, no Blog "Resistência Protestante". Para ler este post no Blog original, clique aqui.

Ontem vários sites de notícias publicaram notas acusando a Universidade Presbiteriana Mackenzie de homofobia (UOL, Terra, Estadão, Yahoo).

Tudo começou quando, na semana passada, ativistas homossexuais encontraram na página da chancelaria do Mackenzie o posicionamento oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil sobre a prática do Aborto em nosso país e sobre a tentativa de criminalização da homofobia. O manifesto da IPB está disponível aqui.

Vendo a repercussão da mídia, a assessoria de imprensa do Mackenzie publicou a seguinte nota:

"O Mackenzie se posiciona contra qualquer tipo de violência e discriminação feitas ao ser humano, como também se posiciona contra qualquer tentativa de se tolher a liberdade de consciência e de expressão garantidas pela Constituição."

A repercussão continua e as notícias agora dão conta de grupos homossexuais se organizando para fazerem uma passeata na próxima semana dentro do Mackenzie. Sobre tudo isto eu gostaria de levantar alguns pontos:

1. Sou aluno do Mackenzie e nunca vi qualquer restrição ou discriminação contra alunos homossexuais.

2. A tolerância não pode ser uma via de mão única. Os homossexuais (quem têm como bandeira a tolerância) deveriam exercitar a tolerância respeitando opiniões diferentes das deles.

3. A liberdade de expressão é um direito humano fundamental consagrado e garantido pela Constituição Federal do Brasil: Art. 5º, IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato. VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias. IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença.

4. A Universidade Presbiteriana Mackenzie tem como Mantenedora a Igreja Presbiteriana do Brasil, igreja cristã, evangélica, de tradição reformada, presente no Brasil desde 1859 e no mundo desde 1560.

5. A Igreja Presbiteriana do Brasil tem como regra de fé e prática a Bíblia, e é a própria Bíblia quem aponta a prática homossexual como pecado: "Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; é abominação" (Levítico 18.22) e "Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; semelhantemente, os homens também, deixando o contacto natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro." (Romanos 1.26,27).

6. O termo "homofobia" tem sido definido como "ódio ou medo de homossexuais". Se esta definição está correta nenhum cristão verdadeiro pode ser considerado homofóbico. A Bíblia nos ensina a amar ao nosso próximo como a nós mesmos e nossas igrejas não fecham as portas para os homossexuais. Desta forma, é injusto colocar aqueles que, por motivos religiosos, não concordam com a prática homossexual no mesmo patamar de grupos violentos que saem à procura de homossexuais para atentarem contra suas vidas.

7. Se, por causa desta divergência de opinião, os ativistas homossexuais pretendem processar o Mackenzie devem se preparar para processar também a IPB, as igrejas evangélicas de todo o país, a Igreja Católica Apostólica Romana, a Congregação Judaica do Brasil, a Federação Islâmica Brasileira e, em última instância, a própria Bíblia.

8. Há décadas os evangélicos são alvo de piadas, ridicularizações e comentários maldosos. Onde estão nossos defensores? Os evangélicos já processaram alguém por causa disto?

Termino citando Gene Edward Veith, Jr:

"O pós-modernismo enfatiza a tolerância, o pluralismo e o multiculturalismo, mas quando exclui todas as crenças, torna todas as culturas triviais e não tolera nenhuma..." (Tempos Pós-Modernos, pág. 79).