domingo, 16 de maio de 2010

Nos píncaros de Sampa: Eco UMP 2


Como disse no último post sobre o Eco UMP, são Paulo não é só asfalto, prédios, carros e stress. A apenas 30 minutos do centro (sem trânsito, é claro!) você pode chegar num dos locais mais legais da cidade, com uma das últimas reservas de Mata Atlântica em perímetro urbano que é o Pico do Jaraguá.

Lá foi realizado o II Eco UMP, uma programação da mocidade Betel, que promove comunhão e a possiblidade de conhecer alguns dos parques ecológicos da maior cidade do país. O dia foi f-a-n-t-á-s-t-i-c-o, com muito sol pra animar uma boa pelas trilhas íngremes.

Você pode ver as fotos clicando aqui. Para baixar um arquivo compactado (.rar) clique aqui.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Os últimos dias na Rua dos Crentes


Este texto foi publicado no boletim da Igreja Presbiteriana Betel no dia 11 de abril de 2010

Passear pela Conde de Sarzêdas em São Paulo, nem sempre é um dos exercícios mais agradáveis, mas sem dúvida é bastante esclarecedor àqueles que se esforçam em observar em que pé anda o evangelicalismo brasileiro.

Entre folhetos de missionários, bispos e pastores, tropeçando nas bancas de DVD pirata gospel e recusando mil convites para conhecer o ministério de tal cantor evangélico, estava a procura de um livro. Logo ao descer a rua, de longe vi um rapaz conversando com um homem de terno, com uma pasta debaixo do braço que logo reconheci como sendo pastor. Notei que a discussão estava se tornando um tanto “acalorada”, já que depois de um tempo, o rapaz empunhava o dedo na cara do pastor alegando que ele não tinha domínio próprio. O pastor até que se demonstrava calmo, a ponto de pedir que o rapaz fosse embora dali e o deixasse em paz. Pena que a paciência não durou! Enquanto a platéia se formava para ver o desfecho da discussão, o pastor sacou fora o paletó, largou a pasta no chão e partiu pra cima do rapaz já que os argumentos pareciam haver cessado. As pessoas ao redor, umas inertes, outras extasiadas e outras comovidas com a situação, separaram os dois e levaram o rapaz embora antes que eles trocassem tapas e socos. Não satisfeito, o pastor grita em alta voz: “vai te pra [...]!!!” Palavrão daqueles que só aprendi nos estádios de futebol. Dando de ombros pro acontecido, ouvi um rapaz ao meu lado comentar com o canto da boca: “os crentes são assim mesmo”. No mínimo lastimável.

O que pra nós nos causa espanto, já é lugar comum no meio evangélico. É bem verdade, que muitos cristãos ainda zelam pelo testemunho e igualmente buscam viver segundo o caráter de Cristo, já que são chamados cristãos. Mas já havíamos sido advertidos que isso aconteceria. Por volta do ano 60, o apóstolo sentencia: "nos últimos dias, [...] os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus" (II Tm 3. 1-3).

Por que a nossa surpresa quando essas coisas acontecem? A lista não é extensa o suficiente? E como o próprio texto adverte, os protagonistas de eventos desse tipo não estariam mais reservados aos estádios de futebol e aos botequins de esquina, mas entre aqueles que se dizem Igreja de Cristo. Pois “tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder”. Eles falam em línguas, eles oram alto, eles curam e fazem milagres, mas não conseguem dominar-se. O apóstolo sentencia “foge também destes”.

Apesar do espetáculo triste, dos folhetos e dos cambistas, comprei o livro com um bom desconto. Valeu a pena, mas seguindo as instruções de Paulo, fugi de lá rapidinho.